milhorey

Sunday, September 23, 2007

Outono



Foto de Rachel Canto e Steve Schleifer de FOTOS & PHOTOS, com a devida vénia








O Outono da vida

“…..Solitárias, as árvores,
Exauram terra e sol silenciosamente.
Não pensam, não suspiram, não se queixam.
Estendem os braços como se implorassem;
Com o vento soltam ais como se suspirassem;
E gemem, mas a queixa não é sua.
Sós, sempre sós.
Nas planícies, nos montes, nas florestas,
A crescer e a florir sem consciência.
Virtude vegetal viver a sós
E entretanto dar flores…”

Eis uma parte de um belíssimo poema da António Gedeão…

A propósito do Outono do tempo, este Outono que me entristece um pouco não sei porquê, leio poemas e às vezes também escrevo alguns…
Escolho António Gedeão e verifico que me desperto com a lição de vida que ele me dá. Sós, sempre sós… as árvores, no entanto dão flores…
Digamos que em tudo sempre há e haverá renovação, porquê então desesperar?...
Lembro-me de quem está só e fico triste, porque a solidão é destruidora, desesperadora!
E o pior é que muitas vezes se está só no meio da multidão…
Contudo a Natureza renova-se constantemente!
Deixemo-nos então envolver por ela, acompanhemos o cair das folhas na esperança de as ver renascer…
Aproveito o Outono para me preparar para o Inverno. Arranjo roupa quente, procuro lenha, limpo chaminés…
Organizo novos projectos, renovo a casa, faço viagens…
Ah, este Outono da vida que me levanta nas asas da melancolia…

E Você?...
Vamos, levante-se, ria, converse, sinta a natureza linda do Outono com as suas cores de amarelo/laranja. Descalce-se, corra na areia molhada e sinta o friozinho suave da maresia…
Se não puder fazer nada disto, ainda assim, procure o sol de Outono, respire o ar puro da natureza e renove-se interiormente, lendo, meditando e agradecendo a Deus por estar vivo.

(Artigo escrito por Ercília Ribeiro da Silva e publicado no jornal Preto no Branco)
ercília48@gmail.com

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