O PSD E O AMANHÃ...

PARABÉNS ao Dr Pedro Passos Coelho!
Não dou, para já, os parabéns ao PSD, porque estou em dúvida ainda se é bom para o Partido e para o País esta eleição.
Senão vejamos:

O Dr Passos Coelho definiu na sua campanha uma linha «liberal» para o futuro do PSD. Sobretudo na entrevista com Judite de Sousa, ficou clara essa linha com a indicação das privatizações: A RTP, a CGD, e até a saúde e a escola pública levarão uma grande machada.
Ora, nós temos um enorme património ainda, que é o Serviço Nacional de Saúde e a Escola Pública. O nosso SNS é o que de melhor há no mundo, mesmo com todas as dificuldades que vem apresentando. Tem que ser melhorado, estamos de acordo, terá sempre que ser melhorado ,mas nunca privatizado. Obama está em luta para fazer o contrário... na América...
A liberalização é uma linha que tem vindo a ser implementada pelo PS, pasme-se, há vários anos, e, esse facto, tem criado na sociedade uma atitude que, para mim é destruidora do Ser Humano. Essa atitude podemos defini-la com a metáfora «quem tem unhas é que toca viola» ou «salve-se quem puder». Estas atitudes criam na sociedade uma outra que se verifica em Portugal desde há vários anos e que é « o de ter » - «eu só tenho valor aos olhos do meu vizinho se tiver algo igual ou superior a ele». Daí a competição desenfreada que se verifica nas escolas hoje, com crianças que se sentem diminuídas e excluídas por não conseguirem acompanhar os outros - uma das razões para o abandono escolar. Essa competição é transferida para a sociedade com um consumismo absurdo e a não aceitação da própria pessoa como ela é: magro ou gordo, feio ou bonito, novo ou velho, etc.
Paulo Portas está à espreita para entrar no centro e para virar à esquerda - já o tentou na análise deste PEC. Não tem credibilidade política para isso, mas se tivesse, podia empurrar o PSD para a direita. Todavia, pode acontecer que o PS, com outro candidato a primeiro ministro possa vir a ocupar, de facto, o espaço social democrata que é «património» do PSD. Ou então aumentaremos, cada vez mais as votações nos partidos à esquerda do PS.
Esta crise nacional e internacional poderia servir para meditarmos todos nos caminhos que devemos trilhar no sentido de uma melhor sociedade, com valores, com sentimentos, com tolerância, com esperança.
Que será do PSD com Pedro Passos Coelho? E se for primeiro ministro, como será o país?
Estas são as perguntas que eu faço neste momento e que me incomodam, porque o PSD é o partido do meu coração onde militei durante 20 anos e não quero abdicar dele. Eu, se fosse militante teria votado em Paulo Rangel, não só por ele e pelas suas propostas, mas por todos quantos com ele estavam e que eu conheço como defensores da social-democracia como António Capucho, seu mandatário nacional, Mota Pinto, Fernando Seara, uma juventude fantástica com ideias para uma nova escola, um maior equilíbrio de regiões, a defesa do meio ambiente, etc.
Contudo valeu a pena! A minha homenagem a todos eles.
Aguardaremos então esse «amanhã»...
Um abraço,
Ercília