milhorey

Friday, October 16, 2009

QUANDO A SAUDADE ESMAGA!

Com a devida vénia transcrevo um belissimo poema de Américo Silva Antunes, dignissimo natural de Ansião, que há muitos anos deixou a sua Terra Natal.
Transcrevo-o porque é BELO, mas também porque com ele vai, com certeza, a Saudade de tantos e tantos que por esse Mundo fora a sentem esmagadoramente...

Desce pachorrento pela colina
O burro do moleiro com farinha
Sopra o fole do ferreiro na oficina
Puxando a brasa ao ferro e à sardinha

No lagar sentimos o deleite
Do jucundo aroma que se espalha
Comemos pão molhado no azeite
Torrado na quentura da fornalha

Enquanto o albardeiro remenda a cilha
e o alfaiate ajeita a entretela
Na faina da cozinha mãe e filha
Tomam conta do lume e da panela

Ó minha Nossa Senhora do Pranto
Minha raíz dessa imagem que chora
Minha terra porque te quero tanto
E me lembro de ti pela vida fora

E gira mansa a roda da idade
Para onde vai não se sabe não
Levando no destino esta saudade
De quando era menino...
Em ANSIÂO.

Um abraço, com saudade
Ercília

1 Comments:

  • Beijos! Com Saudade,
    Sofia

    By Anonymous Anonymous, At 1:14 PM  

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