milhorey

Friday, September 12, 2008

ELEIÇÕES (USA e ANGOLA)

Parece-nos, á primeira vista, que nem umas nem outras eleições nos tocam – estão tão longe e pertencem aos outros…é o que podemos pensar. Na verdade, não é assim.
Primeiro porque vivemos, hoje, nesta «aldeia global» em que nada nos separa do resto do Universo, depois porque, se por um lado os Estados Unidos da América ainda comandam o Mundo e a nossa crise é também por conta disso, Angola é, por outro lado, muito do que nós vamos precisar no futuro.Nos EUA Barack Obama poderá não ganhar, não obstante estar com bons resultados nas sondagens, o candidato tem um «contra» que me parece inultrapassável por enquanto, que é ser negro. Certo é que, ganhe ou não, ele já fez história e, acredito que, no futuro, nada será como dantes. O povo Americano demonstrou, com esta escolha democrática que os velhos dogmas estão a ser ultrapassados e os machados de guerra acabarão por ser enterrados. Esta presença de um homem negro nas eleições Americanas prova a maturidade das gerações mais novas e informa-nos que o tempo de Luther King já lá vai. Todavia, acho que não chega – a fatia conservadora é muito pesada ainda.
Se McCain ganhar, o que mais me assusta é a presença da sua vice, Sarah Palin, pois os seus amigos descrevem-na como sendo uma mulher inabalável, implacável, gosta de armas, é caçadora de animais grandes, sabe esfolar e fazer hambúrgueres de alce e senta-se num maple, no seu gabinete, encostada a uma pele com cabeça de urso embalsamada...
Por tudo isto, fico preocupada, mas fazer o quê?!


Quanto a Angola, o MPLA ganhou e José Eduardo dos Santos continuará no poder. As eleições, segundo observadores independentes, decorreram de maneira ordeira e democrática. Foi bom! Conheci pessoalmente José Eduardo dos Santos e fiquei com uma belíssima impressão da sua pessoa. Recordo uma frase dita por ele ao tempo: «se eu vivesse na Europa, seria social-democrata, em África não posso sê-lo». Mas este foi um passo importante para essa democracia, 16 anos depois do final da Guerra Civil.Sabe-se que nem tudo corre bem, o caminho é difícil e, por vezes tortuoso, mas precisamos avaliar os graves problemas que África enfrenta no seu todo, para melhor compreendermos o que se passa em Angola

Sendo que este país acabou de sair de uma guerra fratricida, que o deixou exangue, Angola enfrenta também um problema que se situa nos campos com minas introduzidas sem qualquer controlo. No momento em que a terra angolana possa produzir em pleno muitos dos graves problemas que ela enfrenta serão resolvidos, nomeadamente a enorme densidade populacional da sua capital.
Portugal precisa de Angola. É para lá que temos que canalizar as nossas energias em força num futuro próximo. Todos os países estão à espreita, nomeadamente a China que põe os seus jovens a aprender português por causa daquilo que África, sobretudo Angola lhe poderá proporcionar. Por isso, nós, portugueses, que estamos a ela ligados por laços de sangue, temos que continuar a «torcer para que tudo dê certo»
Nunca visitei África e, claro, Angola também não, mas sinto-lhe o cheiro a terra molhada!
Talvez um dia, quem sabe?!
Publicado no Jornal "O Correio de Pombal" em 11 de Setembro de 2008
Ercília Pinto Ribeiro da Silva

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