HISTÓRIA DO PPD/PSD vivida por mim ( parte 4 )
Entretanto o PPD passou a chamar-se PSD. Em Pombal o partido, que tinha estado no poder da autarquia, estava agora na oposição. O Presidente da Câmara à época era uma pessoa arguta e queria «acabar» com o PSD, já que a sua implantação no Concelho era muito forte. Para isso usava alguns militantes para, dentro do PSD, acabar com ele. Havia pessoas que se prestavam a isso, por um prato de lentilhas...
Houve então um movimento mais forte, comigo incluída, que «limpámos» a alma social-democrata em Pombal e mobilizámos as pessoas para aquilo que pretendiamos, que era o desenvolvimento do Concelho que estava ainda muito carênciado, em todos os aspectos, e termos uma determinada intervenção a nível nacional, já que todos nós contestávamos o Bloco Central.
(Entendo a falta de compreensão das politicas que estão hoje a ser seguidas, porque, naquela época, eu também não compreendia. Como era possível a perda de salários na ordem dos 20%, a perda de capacidade das empresas que deviam os salários aos seus trabalhadores meses a fio, a falta de emprego, etc. Eu achava aquilo uma aberração de tudo o que se tinha pretendido na Revolução de 25 de Abril. E achava que o problema era dos governantes que nós tinhamos no país, e, claro, o defeito era de Mário Soares, então primeiro ministro e de Mota Pinto, vice-primeiro-ministro.)
Constituimos então uma nova Comissão Politica e arregaçámos as mangas...
Mas o pior estava para vir... O Partido estava despedaçado, não tinha um tostão, tinhamos que entregar em breve as candidaturas para as eleições autárquicas que se apróximavam e não havia ninguém mobilizado para isso...
Com o partido na oposição tudo era bem mais dificil, já que ninguém estava disponível para integrar listas, sem receber nada e ainda ser prejudicado no seu trabalho ou negócio, pela sua dedicação à causa pública.
Havia, pela frente uma enorme tarefa para poucos que se disponibilizam a fazê-la...
Mas aí está a alma social-democrata. O Povo representado pelo PSD é um povo de trabalho e de arregaçar as calças e atravessar as cheias... Não espera nada, ou espera pouco do Estado, porque sabe que o Estado somos todos, e o que dói ao Estado dói a todos.
Começámos então um caminho longo, mas que se tinha que realizar rapidamente, já que os prazos estavam aí.
Dividimo-nos e começámos a visitar as pessoas nas freguesias, convencendo-as a integrar as nossas listas. Estas tarefas tinham que ser feitas à noite, quando as pessoas estavam em casa, e tinhamos que voltar várias vezes. ..
Todas as despesas de logistica estavam de conta de cada um de nós.
(CONTINUA...)
Um abraço, Ercília
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