Tratado de Lisboa

Um mês depois de se terem deitado foguetes à assinatura do Tratado de Lisboa, apresentado como a melhor solução para todos os países europeus, eis que só quatro deles (Alemanha, França, Itália e Reino Unido) reuniram em Londres para analisarem a actual crise financeira mundial e tomarem medidas tendentes a minimizar a mesma na Europa. Estava presente também o Presidente da Comissão José Manuel Barroso mas, incompreensivelmente, o Presidente em exercício da União Europeia o Primeiro Ministro da Eslovénia não foi convidado.
Está assim instituída a Europa a duas velocidades tal como muito euro-cépticos temiam e previam.
Começa a fazer sentido questionar a bondade do Tratado de Lisboa.

a grande adaptação da natureza

Estas cegonhas preparam-se para nidificar nos seus ninhos colocados em plena auto-estrada indiferentes ao ruido, ao movimento e à poluição que a seus pés se gera.
Eis a grande capacidade de adaptação da natureza.

Promessas eleitorais

A propósito do não cumprimento de promessas eleitorais, como foi o caso do não referendo ao Tratado Europeu, lembro aqui um acontecimento verificado na França.
Um socialista francês candidato a primeiro ministro engrossou uma manifestação dos trabalhadores da Renault contra o encerramento de uma unidade daquela marca.
“se for primeiro ministro, como espero, resolvo o problema…”
Note-se que a Renault é uma Régie, empresa controlada pelo Estado francês.
Ganhou as eleições e uma das suas primeiras medidas foi fechar a fábrica.
Confrontado pelos trabalhadores e pelos ”media” do porquê do não cumprimento da promessa eleitoral, respondeu as "promessas eleitorais só comprometem quem acredita nelas…”
A propósito do não cumprimento da promessa de Sócrates sobre o Tratado Europeu, ainda bem que não o fez.
Poupou aos cofres do Estado uma pipa de euros, cujo resultado se adivinhava pelo sim com uma enorme abstenção e indiferença dos portugueses.

Conclusão: Melhor será não acreditarmos nas promessas eleitorais para “não ficarmos comprometidos com elas”.