milhorey

Wednesday, February 27, 2013

HISTÓRIA DO PPD/PSD vivida por mim ( parte 7 )

O PSD em Pombal estava sediado num prédio muito velho, sem condições fisicas para desenvolvermos as nossas tarefas e tinhamos medo que, em dias de maior quantidade de pessoas, o chão viesse a baixo. No dia da segunda vitória do PSD a nível nacional com o Prof Cavaco Silva, em 1987, as pessoas eram tantas que tivemos que pedir que saissem, porque o chão não aguentaria tanto peso.
Entretanto os jovens iam entrando e constituindo a sua própria organização, a JSD. Na escola secundária, aí por volta de 1985, os jovens já se organizavam em associações de estudantes, que nesse tempo, em Pombal contavam com um jovem militante, que, com todo o dinamismo, fez crescer e robustecer o PSD, através da JSD.
Precisavamos então de uma nova SEDE, e resolvemos «sonhar» com uma sede de propriedade própria.
Todavia, o preço era elevado e não previamos arranjar tanto dinheiro para adquirmos o espaço que precisavamos. Teria que ser um espaço livre, em prédio de escritórios para não termos problemas futuros de abertura de portas e reuniões a altas horas da noite.
Realizámos um jantar para nele angariarmos os primeiros fundos. Tivemos uma adesão imensa.
Abalançámo-nos na compra, depois de propormos a alguns dos nossos militantes e simpatizantes a compra do espaço em nome de todos os que contribuissem com o valor que lhe indicámos e que era um valor elevado para a época.
E assim foi: constituimos uma associação de militantes e simpatizantes sociais-democratas que contribuiram, e comprámos o espaço em nome da associação. Hoje o PSD aluga (simbólicamente) a sede. Um dia, se o PSD, enquanto organização politica deixar de existir, a Associação decidirá o que fazer ao espaço que lhe pertence.
O PSD, em Pombal, sempre pugnou pela transparência de todos os seus actos.


Em 1995, depois de muita dedicação e esforço, decidi abandonar o Partido e nunca mais regressei.
Passei então a dedicar-me a uma paixão antiga, a PINTURA.
Adquiri uma maior liberdade de pensamento e passei a fazer uma melhor análise da politica em geral.
Hoje eu vejo que, dentro dos partidos existe uma certa formatação de pensamento que nos reduz a liberdade.
Penso que, passados estes anos, de facto, os partidos politicos têm muitos vicios e a militância foi-se...
Considero, mesmo assim que a Democracia exige a existência de partidos politicos. E que não existe outro regime melhor...

FIM

Um abraço, Ercília

Monday, February 25, 2013

A HISTÓRIA DO PPD/PSD vivida por mim ( parte 6 )

Chegámos enfim ao dia das eleições: perdemos...
Obtivemos dois vereadores e a maioria na Assembleia Municipal. Já não foi mau de todo, para aquilo que estava previsto, uma vez que não tinhamos nada preparado... o PSD em Pombal corria o risco de nem listas apresentar.
Começámos então, por um lado a organizar o partido, por outro a preparar o combate ao Bloco Central. Entretanto tudo se precipitou porque faleceu Mota Pinto, Presidente do partido e vice-primeiro-ministro.
Um novo Congresso e a eleição do Prof Cavaco Silva. Pombal votou em Cavaco Silva convictamente, todavia não concordávamos com o apoio que ele estava a dar a Freitas do Amaral, então já na corrida para a Presidência da República. Fui eu ao Congresso como Delegada e levava uma mensagem para Cavaco Silva - o nosso voto nele, mas não o nosso apoio a Freitas do Amaral, de quem não gostávamos nada.
Resposta de Cavaco Silva: não há outra hipótse. A candidatura de Freitas do Amaral, apresenta-se já vencedora e não há possibilidade de termos candidato próprio. Com esta mensagem que entreguei à Comissão Politica local e aos militantes, preparámo-nos para «engolir um grande sapo» e fazermos campanha por Freitas do Amaral.
( Mais um esforço brutal, num Concelho imenso. E tivemos que repetir a campanha. Uma vez na primeira volta e mais uma vez na segunda volta. Obtivemos uma esmagadora votação, como nunca tinhamos tido até ali). O Partido estava mobilizado e organizado também. Nós tinhamos o moral em cima.
O Governo cai. E vamos para eleições.
Cavaco Silva tinha todas as hipotses de ganhar, uma vez que a area do PS ficou divida com o aparecimento do PRD, liderado por Ramalho Eanes.
O PSD de Pombal chama Cavaco Silva a um jantar de apoio com militantes e simpatizantes que foi um sucesso. Cavaco Silva dorme cá em Pombal, na Residêncial Senhora Belém e, no dia seguinte inicia a sua campanha em Pombal com um apoio estrondoso de todos quantos estão e vieram a Pombal nessa manhã, na praça municipal.
A nossa campanha era feita com uma convicção absoluta de que estavamos a apoiar a pessoa certa e essa convicção dáva-nos forças para enfrentarmos todas as dificuldades.
Como era uma campanha nacional, todos os cartazes e panfletos vinham de Lisboa e nós não precisávamos gastar muito, apenas precisávamos de dois carros que nos emprestaram (muito velhos sempre) e tinhamos uns miudos que nos ajudavam e a quem nós pagávamos do nosso bolso os almoços e uns trocos. Pagávamos do nosso bolso a gasolina.
No final o PSD obteve um belo resultado nacional e a nível concelhio também.

CONTINUA...

Um abraço, Ercília

Sunday, February 24, 2013

A HISTÓRIA DO PPD/PSD vivida por mim ( parte 5 )

A primeira porta onde batemos foi a do Engº Vaz de Morais para ser nosso candidato a presidente da Câmara.
Depois as juntas de freguesia (que eram muitas). A quantidade de pessoas que nós tinhamos que contactar...
A nossa escolha dependia também do que nos iam aconselhando, já que nós pretendiamos as pessoas mais representativas, honestas, capazes de se sacrificarem por nada...
E não tinhamos dinheiro... Ninguém pagava quotas. Quando dissemos ao Engº Vaz de Morais que ele teria que pagar os cartazes da sua campanha, ele ficou branco... e custou 30 contos (uma fortuna, prá época). Precisávamos de fazer uns panfletos numa modesta tipografia que havia ( e que nos boicotou quanto pode), e dinheiro... nada. Começámos a pedir que nos pagassem as quotas e lá arrajámos 45 contos...
Eu escrevia em papel branco, para cada freguesia, o que se pretendia fazer ali e alguns dados biográficos dos principais candidatos, que depois duplicávamos. Como? Tinhamos então uma maquineta que funcionava com tinta e dando à manivela, mas aquilo borratava tudo... Conseguimos então que nos deixassem tirar fotocópias e lá conseguimos obter alguns duplicados para distribuirmos. Arranjámos um carro muito velho e colocámos altifantes para, em cada freguesia, à saída das missas «gritarmos» o apelo ao voto e falarmos sobre as nossas propostas. Um dia, em Santiago, o carro, depois de metida a primeira, desenfiou o manipulo, e tive que o trazer assim, em primeira, devagarissimo até Pombal... demorei horas, porque tinha que lhe ir dando tréguas...
O Engº Vaz de Morais fazia a sua campanha em carro próprio, mas várias vezes, pela manhã tinha os pneus em baixo, porque a oposição abria as valvulas para sair o ar... Uma odisseia...
No dia das eleições, as urnas chegavam tarde, já depois da missa passar e as pessoas terem ido para casa, para elas não votarem... (a oposição sabia onde nós tinhamos votos certos e boicotava)... Os papéis vindos da tipografia tinham as caras todas mascarradas...enfim... um must...
O nosso esforço era enorme... De dia todos trabalhávamos nos nossos empregos, à tarde preparávamos a logistica (papeis e mais papeis, fotocópias de bilhetes de identidade - aos montes, assinaturas de cada um - e eram dezenas e dezenas de pessoas, nem sei quantas), de noite colávamos cartazes, faziamos reuniões, etc...
Bem eu nunca imaginei, porque se tivesse imaginado, nunca me tinha metido em tal coisa....
O Concelho é muito grande. Nós tinhamos que calcorrear todas as aldeias. As pessoas pediam-nos para irmos lá. Faziamos sessões de esclarecimento, apresentando os nossos candidatos à Câmara e à respectiva Junta de Freguesia...

CONTINUA...

Um abraço, Ercília

Saturday, February 23, 2013

HISTÓRIA DO PPD/PSD vivida por mim ( parte 4 )


Entretanto o PPD passou a chamar-se PSD. Em Pombal o partido, que tinha estado no poder da autarquia, estava agora na oposição. O Presidente da Câmara à época era uma pessoa arguta e queria «acabar» com o PSD, já que a sua implantação no Concelho era muito forte. Para isso usava alguns militantes para, dentro do PSD, acabar com ele. Havia pessoas que se prestavam a isso, por um prato de lentilhas...
Houve então um movimento mais forte, comigo incluída, que «limpámos» a alma social-democrata em Pombal e mobilizámos as pessoas para aquilo que pretendiamos, que era o desenvolvimento do Concelho que estava ainda muito carênciado, em todos os aspectos, e termos uma determinada intervenção a nível nacional, já que todos nós contestávamos o Bloco Central.
(Entendo a falta de compreensão das politicas que estão hoje a ser seguidas, porque, naquela época, eu também não compreendia. Como era possível a perda de salários na ordem dos 20%, a perda de capacidade das empresas que deviam os salários aos seus trabalhadores meses a fio, a falta de emprego, etc. Eu achava aquilo uma aberração de tudo o que se tinha pretendido na Revolução de 25 de Abril. E achava que o problema era dos governantes que nós tinhamos no país, e, claro, o defeito era de Mário Soares, então primeiro ministro e de Mota Pinto, vice-primeiro-ministro.)
Constituimos então uma nova Comissão Politica e arregaçámos as mangas...

Mas o pior estava para vir... O Partido estava despedaçado, não tinha um tostão, tinhamos que entregar em breve as candidaturas para as eleições autárquicas que se apróximavam e não havia ninguém mobilizado para isso...
Com o partido na oposição tudo era bem mais dificil, já que ninguém estava disponível para integrar listas, sem receber nada e ainda ser prejudicado no seu trabalho ou negócio, pela sua dedicação à causa pública.
Havia, pela frente uma enorme tarefa para poucos que se disponibilizam a fazê-la...
Mas aí está a alma social-democrata. O Povo representado pelo PSD é um povo de trabalho e de arregaçar as calças e atravessar as cheias... Não espera nada, ou espera pouco do Estado, porque sabe que o Estado somos todos, e o que dói ao Estado dói a todos.
Começámos então um caminho longo, mas que se tinha que realizar rapidamente, já que os prazos estavam aí.
Dividimo-nos e começámos a visitar as pessoas nas freguesias, convencendo-as a integrar as nossas listas. Estas tarefas tinham que ser feitas à noite, quando as pessoas estavam em casa, e tinhamos que voltar várias vezes. ..
Todas as despesas de logistica estavam de conta de cada um de nós.

(CONTINUA...)

Um abraço, Ercília

Friday, February 22, 2013

HISTÓRIA DO PPD/PSD vivida por mim ( parte 3 )


A certa altura fui convidada pelo PS local para integrar a comissão de moradores da zona da minha residência em Queluz. Nela se desenvolviam tarefas de melhoramentos, conflitos sociais e outros. Eu estava na politica a tantos por cento. No meu trabalho havia reuniões a meio da manhã e a meio da tarde para nos lavarem o cerebro - aí era o MDP/CDE (um braço do PCP) o partido mobilizador. Dentro das salas de trabalho eram colados cartazes de «Força Camarada Vasco» ou «Povo/MFA». Eu, como era democrata aceitava aquilo, aliás, eu via que não havia trabalho e cada vez havia mais empregados, todos filiados no MDP/CDE ou no PCP. Nesta altura já o Partido Socialista estava a cair em desgraça e também os seus militantes eram considerados fascistas e já estavam a ser saneados, nomeadamente dos jornais e das rádios e televisão.
Em Queluz continuavamos a nossa militância que incluia actividades culturais diversas (teatros, leitura de poemas, aulas para os mais pequenos porque, nas escolas, não havia aulas dias seguidos, etc). À noite colávamos cartazes que eram rasgados nas horas seguintes. A certa altura tivemos que colocar piquetes de guarda aos cartazes para eles se aguentarem, pelo menos dois ou três dias.
O nosso portão de entrada (porque se tratava de uma garagem) era destruido com pequenas bombas. Um dia cheguei lá e estavam dentro armas de defesa. Fiquei indignada e disse aos militantes: se entram aqui armas, eu saio e nunca mais entro...
Aqueles homens maravilhosos nunca mais levaram qualquer arma e entenderam muito bem a situação. Passei a respeitá-los ainda mais por terem entendido o que, uma menina que eu era, sem qualquer expressão, lhes conseguiu dizer e eles aceitaram.
Sá Carneiro adoeceu gravemente e afastou-se do Partido para se tratar em Londres.
Muitos de nós ficámos tristes e desmotivados. Eu aproveitei para deixar Lisboa, onde a vida era muito dificil e o meu desgaste fisico era muito grande. Em 1976.
Na provincia fiz um interregno e, cansada que estava da politica, pensei em deixar a militância politica para sempre.
Porém, eu era jovem e o bichino estava lá.
Assim, em 1983 (?) voltei. Voltei à politica com o FMI e o Bloco Central que eu contestava...

Fui, primeiro a uma reunião para ver o que pensavam os militantes locais, já que me tinham dito que o Partido no Norte era muito reaccionário. Aliás já se tinham dado aquelas intervenções diabólicas de caça aos comunistas, com sedes incendiadas, e havia uma revolta muito grande contra o comunismo, de certo modo incentivada por Mário Soares que lançou de norte a sul uma campanha contra o PCP, denunciando todas as atrocidades cometidas na União Sovietica por Estaline e outros dirigentes.
Porém adorei todas as intervenções feitas. Achei que os militantes eram democratas e muito conhecedores da politica. E vim a saber que o seu principal dirigente era um homem muito culto, honesto e tinha feito parte de um grupo de intervenção contra o regime de Salazar.
Fiquei presa ali. O seu principal dirigente estava gravemente doente (veio a falecer pouco tempo depois), e era urgente fazer a renovação da comissão politica local.

CONTINUA...

Um abraço Ercília

Thursday, February 21, 2013

A HISTÓRIA DO PPD/PSD, vivida por mim ( parte 2 )

O facto de me considerarem fascista, reaccionária, etc, incomodáva-me e comecei a interrogar-me se eu estava no partido certo, já que sempre me considerei de esquerda e considero, depois destes anos todos passados e considerando que, ser de esquerda ou de direita está cada vez mais arredado da classificação politica pelo que se vê, na realidade. Todavia, naquele tempo isso deveria estar bem nítido...
Mas não estava...
No meu local de trabalho, comecei a ver, pessoas que eram Salazaristas e talvez mais do que isso, aderirem ao MDP/CDE e ao PS para salvarem a pele... para não serem saneadas, nem perseguidas.
Dentro do PPD, as reuniões eram absolutamente democráticas, respeitadoras das opiniões dos outros.
O Partido começou a ministrar cursos de democracia e de social-democracia. Cursos de politica democrática, autárquica, etc...Eu tirava-os todos...
Mais nenhum partido fazia isso, e acho até que nunca fez. O primeiro Congresso foi considerado publicamente como o mais democrático, o mais aberto, o único com paredes de vidro... e ainda hoje é.
As lições que recebiamos eram de como alcançar uma sociedade igualitária através de uma politica reformadora e respeitadora da pessoa humana. Governando maioritáriamente, segundo o método d'Hondt, respeitando as minorias e criando condições para as mesmas oportunidades para todos.
Aprendemos também que todo o desenvolvimento deveria fazer-se com equilíbrio, respeitando a Natureza.
Quanto mais eu aprendia, mais me sentia bem no Partido que tinha escolhido, e mais forte me sentia para enfrentar os desafios que fora de portas me esperavam.
O Partido ía crescendo e adquirindo maior capacidade de resistência. Mudámos de instalações para a rua Duque de Loulé, onde já se estava bem melhor. Todavia ao nosso lado existia a Embaixada dos Estados Unidos da América, e junto a ela, todos os dias, eram feitas manifestações e desordens contra os Americanos que, para a esquerda radical (comiam criancinhas ao pequeno almoço...).
Dificilmente podiamos sair das nossas instalações, e houve algumas vezes que por lá pernoitámos.
Como residia em Queluz, juntei-me a uns quantos lá residentes também e fundámos a Secção do PPD.
A minha militância passou a desenvolver-se lá, apenas vinha à SEDE às reuniões ou por alguma necessidade. Fui candidata a Deputada à Assembleia Constituinte e, no meu primeiro comício em Queluz, ao lado de Marcelo Rebelo de Sousa e Leonor Beleza, entrámos no pavilhão por entre insultos de militantes da UDP.

CONTINUA....

Um abraço,
Ercília

Wednesday, February 20, 2013

A HISTÓRIA DO PPD/PSD vivida por mim ( parte 1 )

A  Revolução entrava-nos pela porta dentro naquele bonito dia 25 de Abril de 1974. Nós, em Queluz, onde residiamos, abrimos a porta e as janelas de par em par.
Eu senti, pela primeira vez, um amor imenso ao Hino Nacional e à Bandeira Nacional. Abri as janelas e nelas coloquei o rádio para que todos ouvissem as músicas, as marchas tocando o nosso Hino Nacional.
A minha alegria transbordava. Eu era jovem. Com a Revolução vinha a Esperança. E essa Esperança trazia a Liberdade, a Democracia, o Desenvolvimento. Eu queria um País igual à Suécia, à Noruega...
Eu queria lutar por isso. Como fazer?
Havia entretanto dois partidos constituidos: O Partido Comunista Português (o único organizado e preparado) e o Partido Socialista. Eu queria aderir a um. Do PCP eu gostava da ideologia, não gostava da sua prática. Do PS... talvez o PS... mas eu precisava conhecer mais. O Carlos gostava e eu também de Sá Carneiro. Ambos acompanhávamos as suas intervenções na Ala Liberal da Assembleia Nacional e liamos os seus artigos no jornal O Expresso. O Carlos fez-me esperar. Esperemos porque Sá Carneiro irá, com certeza ,constituir um Partido Politico...
E assim foi...
Algum tempo depois Sá Carneiro, Pinto Balsemão e Magalhães Mota fundaram o PPD. Aderimos de imediato.
E aqui começa a nossa aventura...
Entrámos na sua SEDE no Largo do Rato, numa casa muito velha.  As divisões, por dentro, eram feitas com panos de sarapilheira com que se apanhava a azeitona...
Lá dentro estavam já Pinto Balsemão, Conceição Monteiro, Helena Roseta, Leonor Beleza, Marcelo Rebelo de Sousa e tantos outros nossos companheiros (era assim e é assim que nos chamamos).
Haveria que arregaçar as mangas e trabalhar... Arranjar dinheiro...com todos nós a contribuirmos como podiamos...
Colar cartazes...todos colávamos... Corações ao alto...Como todos eramos felizes!

Todavia cá fora, na rua, começavam os tempos difícéis. Não tardou nada e nós começámos a ser rotulados de fascistas.
Fascistas, contrarevolucionários, reaccionários... etc, etc...etc...
Entretanto os governos iam-se demitindo e substituindo até chegar Vasco Gonçalves e, com ele a implantação em força do Partido Comunista no Poder...

(SEGUE.....)

Amanhã cá estarei,
Um abraço, Ercília

Tuesday, February 19, 2013

HOMENAGEM DO PSD/POMBAL AOS FUNDADORES E DIRIGENTES

Tive a honra de ser homenageada, também, num bonito convivio, na passada sexta-feira dia 15.
Nele esteve presente o Professor Marcelo Rebelo de Sousa que, faz o favor de ser meu amigo, desde que há muitos anos convivemos em Lisboa, aquando da fundação do Partido e, mais tarde na campanha eleitoral para a Assembleia Constituinte, quando eu fui candidata, por Lisboa.
Foi um bonito gesto dos jovens dirigentes do PSD local. E, agora, em tempo de separação dos velhos e novos, é bom saber que, em Pombal, pelo contrário, os jovens, tal como nos disse o lider da JSD local, querem estar juntos para complementarem o seu trabalho, utilizando a experiência e a sabedoria que os velhos, por serem velhos já têm.
Há quem diga que «velho» é um nome feio. Pois não é. Lembremo-nos daquela bonita frase: Meu pai, meu velho, meu amigo!
Achei, por conversas que tive naquele convívio que os jovens desconhecem muito do que se passou, naqueles tempos difíceis, embora o tivessem referido, talvez imaginando, e fazendo paralelo para os tempos que estamos passando, e que , com coragem querem vencer.
Pois, eu vos digo que não tem paralelo. As dificuldades de então... não tem paralelo. Todavia, acreditem, essas dificuldades, em todos os aspectos, davam-nos força de união, de militância, de amizade que perdura no tempo, tal como a minha e de Rebelo de Sousa.
Houve lágrimas!
Lágrimas de saudade!
Lágrimas de emoção!
Só quem viveu esses tempos imemoriais, pode sentir...
Aliás, eu tive a honra e o privilégio de viver os melhores anos do nosso Portugal recente, onde as transformações foram imensas, e onde, por força das circunstâncias, nelas me envolvi de alma e coração.
Talvez seja interessante para alguns, eu aqui explicar aqueles tempos: as suas dificuldades, as suas amarguras, as suas imensas alegrias, as suas emoções. Aquela união fortissima que nos dava forças todos os dias. Aquela capacidade que nos juntava à esperança da transformação de um Portugal velho, imobilizado, para um Portugal novo, dinâmico, mobilizador... era a Social-Democracia...
Eu contarei, sim, todos os dias um bocadinho... (para não ser maçadora)

Um abraço, Ercília