Finalmente em terra.

Finalmente chegámos a Nacala em 26 de Abril de 1964.
O paquete Niassa entrou pelo golfo de Nacala lentamente e nós observámos uma das mais lindas paisagens que existem no Mundo.
O Golfo de Nacala, que ao lado reproduzo, tem umas margens lindíssimas cheias de acácias vermelhas e praias paradisíacas.
Finalmente deixámos o barco e no porto de mar (absolutamente natural) já estava um comboio para
nos transportar para o nosso destino no Niassa profundo.
Tivémos uma grande alegria com a chegada do correio dos familiares, amigos, namoradas etc.
Após o desenbarque e com as nossas malas colocadas no barco tomámos o pulso à cidade e um grupo de rapazes jóvens vieram convidar-nos para um jogo de futebol de salão. Ganharam-nos...
Depois de umas cervejas e duns aperitivos lá fomos nós Moçambique adentro em comboio até Nova Freixo (hoje Cuamba)
No trajecto as primeiras surprezas: as mulheres macuas com a cara coberta de farinha acenavam-nos à beira da linha.
Bom povo o de Moçambique.
Carlos Ribeiro da Silva

Campanha de Moçambique CART 637

E, eis que a 21 de Abril (há 44 anos) chegámos a Lourenço Marques (hoje Maputo).
Desembarcámos e desfilámos nas grandes avenidas da cidade.
O aspecto da cidade era de uma metrópole com cafés e restaurantes nas avenidas com grandes esplanadas. A população, mesmo a europeia, estavam indiferentes ao nosso desfile.
A maior diferença que encontrámos foi, sem dúvida, a circulação automóvel pela esquerda. No resto uma cidade cheia de vida.
E no dia seguinte lá seguimos para o Norte mais 7 dias de barco, combóio e machibombo.
Carlos Ribeiro da Silva

Universidade Sénior de Pombal

Eis alguns trabalhos de que me orgulho.

Com apenas duas horas por semana, alguns dos alunos da Universidade Sénior de Pombal conseguiram já obter estes resultados. Além da felicidade que sentem e ma transmitem com muito entusiasmo, estão também a realizar obra que os torna mais jóvens e mais activos.

Ercília 17/04/2008

Confraternização de veteranos de guerra

Sábado dia 12 lá nos reunimos, mais uma vez, em confraternização os elementos da CART 637 no quartel de artilharia da Serra do Pilar no Porto.
Partimos há 44 anos para Moçambique e, infelizmente, não voltámos todos e, também, infelizmente alguns dos que voltaram já partiram desta vida.
O Capelão na homilia da missa disse "que nos devemos orgulhar pelo que fizemos, e o que fizemos foi defender o essencial para que os políticos fizessem o seu trabalho de uma transicção pacífica de soberania das colónias.
Cumprimos o nosso dever, os políticos não.
Para o ano há mais.
Carlos Ribeiro da Silva

Exposição de Vera Nazareth

A minha amiga do bridge Vera Nazareth fez uma exposição de pintura na Africa do Sul onde reside. Ao que sei com bastante sucesso.

Nas imagens em acima a apresentação, e em baixo dois quadros da pintora, muito expressivos

Parabéns Vera

Um caminho a prosseguir

Óleo sobre tela 80 x 60 -Ercília

Não tem sido fácil esta minha caminhada pela magia das artes!
Comecei por aprender o B A BA e durante dez anos fui palmilhando por entre estevas e urzes. Aprendi a construir o desenho, o tema, e essa foi uma fase necessária. O estudo académico como é chamado. Utilizei-o em muitos e variados trabalhos contando histórias. Fiz exposições.
Hoje eu faço parte de uma Associação de Artistas: A MAGENTA. Ensino adultos e crianças o que aprendi, como voluntária.
Todavia é importante dar o «salto» qualitativo… «descontruindo». Há aproximadamente dois anos que venho tentando. Com avanços e recuos. Com entusiasmo e desânimo. Com angustias muitas.
À primeira vista é mais fácil «desconstruir» do que «construir». Pois é. Também eu pensava. Mas não é.
A «desconstrução» mexe connosco, com o nosso psíquico, com o nosso estado de alma, com as nossas alegrias, com as nossas tristezas, com a nossa solidão e até com a nossa capacidade de sermos livres. E porque é uma actividade solitária, mexe ainda mais.
Este ano, (talvez seja um ano especial) fiz 60 anos, entrei no 11º ano de aprendizagem da pintura o que considero também ser importante – é como se entrasse na puberdade enquanto fazedora de arte – sinto que vai ser um ano DIFERENTE. Um ano de «viragem». A BUSCA DE UM CAMINHO PRÓPRIO…ÚNICO!
Os meus trabalhos actuais já me fazem sentir bem comigo mesma, o que é um bom passo, mas nunca satisfeita porque isso também não é possível. Quando se busca algo de suprema valia, o caminho é longo e nem sempre atingível.
Talvez eu nunca lá chegue…….
Todavia quero virar a página e, para isso, acho que estou no caminho certo. É, pelo menos o que eu sinto, com toda a convicção e com toda a honestidade artística.
Deixem-me então prosseguir o caminho, totalmente diferente do anterior, porque é nele que me quero encontrar.
Um abraço.
Ercília (06-04-2008)

"I HAVE A DREAM" Martin Luther King

Faz hoje 40 anos que Martin Luther King foi assassinado.
Este lutador dos direitos humanos e Prémio Nobel da Paz tinha um sonho.
Dizia ele:
«Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais», disse King para aproximadamente 250 mil pessoas no Memorial Lincoln na capital americana.
40 anos depois o sonho pode concretizar-se com a eleição de um afro-americano para a Presidência dos Estados Unidos da América.
Clique no video
http://video.google.com/url?docid=1732754907698549493&esrc=gvre&ev=v&len=1047&srcurl=http%3A%2F%2Fvideo.google.com%2Fvideoplay%3Fdocid%3D1732754907698549493&vidurl=%2Fvideoplay%3Fdocid%3D1732754907698549493&usg=AL29H22NHuq2vXkrHKm9z5mxB3ldatPppA

Um belo dia de primavera

Vivendo e saboreando um dia de cada vez, este está a ser particularmente bom, pelo sol que brilha no céu azul de cor límpida e transparente.
Sento-me na minha varanda, às 10,30 horas da manhã, depois de feitas aquelas tarefas que nos cabem fazer para sentirmos a nossa casa mais acolhedora, e leio o último livro que, não comprei, mas que foi enviado pela minha filha ao pai no seu dia (dia do pai). Curiosa e disponível, comecei eu a lê-lo antes do seu destinatário. «O Último Ano em Angola» de Tiago Rebelo.
Aproveito no momento a bela sinfonia que me é oferecida pela Natureza: oiço, os passarinhos chilreando no arvoredo e as rãs a coaxar no lago que medeia o belo jardim que me beija os pés.
Sinto-me no Paraíso e acho até que este somos nós que o construímos rodeando-nos do que mais belo a Natureza nos pode dar: a Paz, os Sons, os Silêncios…
Gosto de me deixar transportar para além do perceptível, como que se voasse numa nuvem branca de nada…
Gosto da suave brisa que modera o calor…
Gosto do abraço do vento que revolve os cabelos…
Gosto de me envolver no sonho para lá do espaço…
Mas hoje, especialmente, aqui me tenho, aqui me sento, neste recanto da minha casa que me transporta para o colectivo, neste belo Jardim que, sendo meu é de todos, sobretudo das crianças, dos animais que nele brincam, e, como disse, das aves (muitas) e das rãs que coaxam de dia e de noite… BENDITA NATUREZA!
Ercília 3/4/2008

embarque para Moçambique

Foi neste navio (o célebre Niassa) que eu e mais de 2.000 jóvens partimos há 44 anos no dia 1 de Abril para Moçambique. No Cais da Rocha de Conde de Óbidos estavam milhares de pessoas: pais, esposas, namoradas e muitos amigos, para uma despedida que ninguém sabia se tinha retorno.
Houve as cenas habituais de choro, de conforto de incertezas. Antes do barco sair houve a, também habitual, parada militar com desfile. Foi durante a parada que as senhoras do Movimento Nacional Feminino nos entregaram um maço de tabaco e uma medalha de Nossa Senhora de Fátima.
E lá partimos para Moçambique, para o Niassa,para Maúa.
Foi há 44 anos.